Pois é!!! Acabaram-se as férias.
As ditas “grandes”.
Aquelas que os putos queriam que assim fosse.
E acabaram como sempre acabam as férias grandes: com birras e amuos.
Em jeito de redacção, aqui fica o balanço de um dos putos:
«Querida professora,
As minhas férias grandes não foram grande coisa. Começaram lá no “contnente”, na Serra da Estrela , mas não fomos andar de trenó. O pai não queria que nos magoássemos.
Depois fomos até África, aquele país dos leões e elefantes. Até fomos ver leões de verdade!!! Foi muito giro.
Passeámos, viajámos, conhecemos muitas cidades. Essa parte foi boa. O mais chato eram as aulas de ginástica que tínhamos de fazer todos os dias muito cedo pela manhã. Que chatice!!!
Vi muita gente cá da terra. Até tinham a bandeira da nossa ilha!!! Fantástico!!!
Gritavam, acenavam e corriam atrás do nosso autocarro de excursão.
Era divertido vê-las a correr. Eh! Eh!.
Brincámos, jogámos e ouvi muita música no meu novo iphone.
Também jogámos à bola.
O pai é que nem sempre punha os mesmos a jogar e alguns amuaram.
É normal.
Eu tenho sorte. Jogo sempre. Mesmo quando não marco golos.
No 1º não marquei.
No 2º marquei um muito giro. Até lhe chamaram o “golo mochila”.
No 3º esqueci-me da mochila e não marquei.
No 4º … bom, no 4º nunca me passavam a bola e, claro, não marquei.
Como vê professora, as férias não foram lá muito famosas.
Mas também não faz mal. Já tenho saudades do meu carrinho de rolamentos novo que deixei lá em casa.
Ah! Já me esquecia de uma coisa, professora. Aquelas velhinhas lá do bairro que costumam contar fofocas, lembra-se??
Também vieram…
São tão mentirosas!!!!
Agora dizem que eu, no fim do jogo, cuspi para o chão!!!!
Mentira delas, professora. No final quiseram falar comigo mas eu fugi e disse para falarem com o meu pai. Nem sei o que ele lhes disse mas também não interessa. Em Setembro vão haver mais férias e de certeza que o pai me vai levar. Mesmo que me porte mal!!
He! He! He!
Beijos à professora e até às próximas férias.
P.S. Constou-me que a mãe está zangada com a educação do puto e vai pedir o divórcio. Talvez o padrasto ponha o puto na linha.
quinta-feira, 1 de julho de 2010
domingo, 27 de junho de 2010
Ao meu amigo Johnnie.
É um facto. Tenho viajado muito por este mundo. Provávelmente somando todos os 35 000 pés que atingi até hoje, chegaria ao nosso lunar satélite. Ao contrário do que se poderia esperar , no início foi um processo difícil. Um par de dias antes de embarcar e já sentia os efeitos adversos da viagem. Psicossomáticamente alterado lá ía entrando nos aviões.
Suores frios, falta de apetite, pavor , pânico. Um sacrifício que só terminava quando regressava a terra.
Passaram-se meses. Passaram-se anos, até que conheci o Johnnie.
Johnnie era conversador. No início só falava ele.Começavamos na sala de embarque.Eu ouvia. Ouvia as suas histórias. Ele conhecia o mundo inteiro. Fazia jus ao nome: O caminhador!!! Afinal desde 1820 que passeava por esse mundo fora. Eu lá lhe ia dizendo o pavor que tinha de voar. Quando ele acabava era eu que começava a falar. Muito!!! E sozinho!!!
Companheiro este Johnnie.
Os anos foram passando. As viagens continuando, e o Johnnie foi deixando de aparecer. Confesso que não fui sentindo falta. Ele ensinou-me a ocupar o tempo. A ler, a escrever e a ouvir música.
Sábio este Johnnie.
Graças a ele , hoje, aprecio uma (ás vezes) boa refeição a bordo, não ligo peva à demonstração de normas de segurança, e disfruto da sensacional sensação de descolagen sem agarrar mão alheia.
Talvez por em tão curto espaço de tempo (4 semanas) ter atingido o somatório de 280 000 pés (estou quase a chegar a Andrómeda), senti a falta de Johnnie. Não por necessidade ...mas por saudade!
Nesta última para Cape Town não aguentei e pedi para chamar o meu amigo:
"Can i have a Johnnie Walker on the rocks please???"
Aos bons velhos tempos Johnnie!!!!
(MISS HOME...)
Suores frios, falta de apetite, pavor , pânico. Um sacrifício que só terminava quando regressava a terra.
Passaram-se meses. Passaram-se anos, até que conheci o Johnnie.
Johnnie era conversador. No início só falava ele.Começavamos na sala de embarque.Eu ouvia. Ouvia as suas histórias. Ele conhecia o mundo inteiro. Fazia jus ao nome: O caminhador!!! Afinal desde 1820 que passeava por esse mundo fora. Eu lá lhe ia dizendo o pavor que tinha de voar. Quando ele acabava era eu que começava a falar. Muito!!! E sozinho!!!
Companheiro este Johnnie.
Os anos foram passando. As viagens continuando, e o Johnnie foi deixando de aparecer. Confesso que não fui sentindo falta. Ele ensinou-me a ocupar o tempo. A ler, a escrever e a ouvir música.
Sábio este Johnnie.
Graças a ele , hoje, aprecio uma (ás vezes) boa refeição a bordo, não ligo peva à demonstração de normas de segurança, e disfruto da sensacional sensação de descolagen sem agarrar mão alheia.
Talvez por em tão curto espaço de tempo (4 semanas) ter atingido o somatório de 280 000 pés (estou quase a chegar a Andrómeda), senti a falta de Johnnie. Não por necessidade ...mas por saudade!
Nesta última para Cape Town não aguentei e pedi para chamar o meu amigo:
"Can i have a Johnnie Walker on the rocks please???"
Aos bons velhos tempos Johnnie!!!!
(MISS HOME...)
terça-feira, 22 de junho de 2010
R512 - A estrada da morte!!!!
Nesta nossa estadia por África do Sul já precorremos várias rotas,estradas e caminhos. De avião, de carro e pelo meio de transporte mais usual em África... a pé, já cá contam mais de 5000km. Uma das estradas por nós mais utilizada é a "R512
Magaliesburg Drive", mais conhecida por "A estrada da morte!". São 70km de ligação entre Joanesburgo e Magaliesburgo de constante sobressalto.Nalguns troços existem mesmo placas a assinalar "Car-jacking zone!!!!". Executam este tipo de crime colocando pedregulhos enormes nas estrada.
Tinham-nos informado que a iríamos precorrer várias vezes devido às diverssas deslocações ao "Tambo International Airport of Joanesburg".No dia da chegada travamos conhecimento com a ...R512, à noite!!!!!
Escura
Sinuosa
Com semáforos!!!
Barracas...muitas barracas.
Em Angola chamam-lhe Musseques, aqui não sei mas, o efeito visual é o mesmo e o desejo de não fazer parte do cenário é ainda maior.
Ao chegar a Magaliesburgo, felizes por termos sobrevivido a esta primera viagem, só nos atormentava o cenário de ter que repetir tal trajecto por diversas vezes, a várias horas do dia e...da noite!
No meu regresso solitário de Port Elizabeth, após o jogo de Portugal-Costa do Marfim, esperava-me, no "Tambo International Airport", o nosso motorista Alec.
20h00, noite serrada e encetamos caminho de regresso a Magaliesburgo.
Por estas bandas existe um conjunto regras "básicas" de segurança, principalmente quando se conduz à noite:
1º. Nunca parar em semáforos.
2º. Manter a distancia de segurança do carro da frente.
3º. Manter sempre, mas sempre, uma velocidade razoável.
Esta ultima seria muito fácil de cumprir por Alec, não fosse ele o motorista mais novo dos 3 que nos conduzem e, além disso Alá protegia-o de qualquer eventual acidente!!!
Após vários semáforos vermelhos e mantendo a velocidade de segurança estabelecida pelo experiênte Alec, avisto em contraste com o negro alcatrão, uma mancha acastanhada de razoável tamanho!!!! Já está! Pensei eu antevendo embuscada . Alec, indiferente, mantém a velocidade... de segurança!!!
Olho para Alec tentando entender o que lhe passava pela cabeça...
Tarde demais!!!!
Um ribombar ao longo do chassi do nosso carro despertou-me novamente para o caminho. A velocidade manteve-se, enquanto Alec me conta o sussedido:
A bird... i don´t know the name in inglish but in zulu we call it "Sikhova".
Poucos kilómetros tinham passado, e ainda tentava adivinhar o significado de "sikhova", quando a mesma imagem se depara na minha frente! Qual "déjá-vu"!!!
Alec, desta vez sem desculpa, mantem a velocidade...razoável!!!
O bicho, talvez informado do sucedido poucos kilómetros antes, reaje mas... tarde demais!!!
BACK!!!!
O som desta vez é seco e único. Sorte os pára-brisas dos automóveis serem à prova de motoristas despreocupados e responsáveis.
Seguimos caminho para Magaliesburgo. Tento esquecer o sucedido mas as penas coladas na minha frente não me deixam. Sou informado de que mais 10min e chegaremos ao hotel. Segundo Alec , graças a Ala, mais uma vez subrevivemos à R512.Quanto a mim,graças a Alec, os roedores estão mais seguros.
Glossário:
Mocho - em inglês, owl; em zulu , sikhova. Por aqui é mais conhecido por "township"
Errata:
No lugar de: R512 - A estrada da morte!!!
Deve ler-se: R512 - A estrada da morte para mochos!!!
Magaliesburg Drive", mais conhecida por "A estrada da morte!". São 70km de ligação entre Joanesburgo e Magaliesburgo de constante sobressalto.Nalguns troços existem mesmo placas a assinalar "Car-jacking zone!!!!". Executam este tipo de crime colocando pedregulhos enormes nas estrada.
Tinham-nos informado que a iríamos precorrer várias vezes devido às diverssas deslocações ao "Tambo International Airport of Joanesburg".No dia da chegada travamos conhecimento com a ...R512, à noite!!!!!
Escura
Sinuosa
Com semáforos!!!
Barracas...muitas barracas.
Em Angola chamam-lhe Musseques, aqui não sei mas, o efeito visual é o mesmo e o desejo de não fazer parte do cenário é ainda maior.
Ao chegar a Magaliesburgo, felizes por termos sobrevivido a esta primera viagem, só nos atormentava o cenário de ter que repetir tal trajecto por diversas vezes, a várias horas do dia e...da noite!
No meu regresso solitário de Port Elizabeth, após o jogo de Portugal-Costa do Marfim, esperava-me, no "Tambo International Airport", o nosso motorista Alec.
20h00, noite serrada e encetamos caminho de regresso a Magaliesburgo.
Por estas bandas existe um conjunto regras "básicas" de segurança, principalmente quando se conduz à noite:
1º. Nunca parar em semáforos.
2º. Manter a distancia de segurança do carro da frente.
3º. Manter sempre, mas sempre, uma velocidade razoável.
Esta ultima seria muito fácil de cumprir por Alec, não fosse ele o motorista mais novo dos 3 que nos conduzem e, além disso Alá protegia-o de qualquer eventual acidente!!!
Após vários semáforos vermelhos e mantendo a velocidade de segurança estabelecida pelo experiênte Alec, avisto em contraste com o negro alcatrão, uma mancha acastanhada de razoável tamanho!!!! Já está! Pensei eu antevendo embuscada . Alec, indiferente, mantém a velocidade... de segurança!!!
Olho para Alec tentando entender o que lhe passava pela cabeça...
Tarde demais!!!!
Um ribombar ao longo do chassi do nosso carro despertou-me novamente para o caminho. A velocidade manteve-se, enquanto Alec me conta o sussedido:
A bird... i don´t know the name in inglish but in zulu we call it "Sikhova".
Poucos kilómetros tinham passado, e ainda tentava adivinhar o significado de "sikhova", quando a mesma imagem se depara na minha frente! Qual "déjá-vu"!!!
Alec, desta vez sem desculpa, mantem a velocidade...razoável!!!
O bicho, talvez informado do sucedido poucos kilómetros antes, reaje mas... tarde demais!!!
BACK!!!!
O som desta vez é seco e único. Sorte os pára-brisas dos automóveis serem à prova de motoristas despreocupados e responsáveis.
Seguimos caminho para Magaliesburgo. Tento esquecer o sucedido mas as penas coladas na minha frente não me deixam. Sou informado de que mais 10min e chegaremos ao hotel. Segundo Alec , graças a Ala, mais uma vez subrevivemos à R512.Quanto a mim,graças a Alec, os roedores estão mais seguros.
Glossário:
Mocho - em inglês, owl; em zulu , sikhova. Por aqui é mais conhecido por "township"
Errata:
No lugar de: R512 - A estrada da morte!!!
Deve ler-se: R512 - A estrada da morte para mochos!!!
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Virtualmente em África.
Mais de uma semana passou pela equipa RTP nesta "Operação Mundial 2010". Aproxima-se o segundo jogo de portugal e recordes de "share" são batidos sucessivamente.
Reportagens, peças, vivos, treinos, TJ, JT, N , manhã, tarde, noite, frio, muito frio e a disponibilidade destes 20 elementos tem sido total.
Condição passível de se alterar para 10 deles. Os outros 10 são virtuais e não há com que se preocupar.
Passo a explicar:
Na equipa do Mundial 2010 apresentada no site da intranet , 10 dos 20 elementos não constam!!!!
Eu ainda tentei contá-los no terreno, podia estar enganado, mas...como posso desempenhar tal tarefa se nem eu próprio estou cá!!???
Situação delicada esta em que me encontro... a de Avatar!!!
Mais delicada se torna quando eu tentar explicar que a imagem que apareceu de mim na TVI certo dia (em directo e a côres) era virtual???
Como vou explicar lá para casa que afinal não estou em África???
Posso sempre dizer:
Não filha, eu estou mesmo cá, é só mais uma forma que eles arranjaram de reduzir custos!! Virtualmente!!!!
Eu até já desconfiava, pois apesar dos assaltos a jornalistas que por aqui vão acontecendo (por sinal nada virtuais), ainda tenho comigo dois telemóveis ligados 24h por dia, 7 dias da semana mas... da Marechal nem sinal.
Provávelmente não estou mesmo cá...
Até desconfio que nem estou a escrever isto e que ninguém vai conseguir decifrar este texto virtual, mas mesmo assim arrisco a nomear a lista dos 10 Avatares :
Rui Bemba
Boa-Alma Massai
Ruca Basotho
Matias Zulu
Ribeiro Mursi
Rothes Axanti
Martins Yoruba
Tozé Banto
Teixeira Maconde
Cervan Muchicongo
Reportagens, peças, vivos, treinos, TJ, JT, N , manhã, tarde, noite, frio, muito frio e a disponibilidade destes 20 elementos tem sido total.
Condição passível de se alterar para 10 deles. Os outros 10 são virtuais e não há com que se preocupar.
Passo a explicar:
Na equipa do Mundial 2010 apresentada no site da intranet , 10 dos 20 elementos não constam!!!!
Eu ainda tentei contá-los no terreno, podia estar enganado, mas...como posso desempenhar tal tarefa se nem eu próprio estou cá!!???
Situação delicada esta em que me encontro... a de Avatar!!!
Mais delicada se torna quando eu tentar explicar que a imagem que apareceu de mim na TVI certo dia (em directo e a côres) era virtual???
Como vou explicar lá para casa que afinal não estou em África???
Posso sempre dizer:
Não filha, eu estou mesmo cá, é só mais uma forma que eles arranjaram de reduzir custos!! Virtualmente!!!!
Eu até já desconfiava, pois apesar dos assaltos a jornalistas que por aqui vão acontecendo (por sinal nada virtuais), ainda tenho comigo dois telemóveis ligados 24h por dia, 7 dias da semana mas... da Marechal nem sinal.
Provávelmente não estou mesmo cá...
Até desconfio que nem estou a escrever isto e que ninguém vai conseguir decifrar este texto virtual, mas mesmo assim arrisco a nomear a lista dos 10 Avatares :
Rui Bemba
Boa-Alma Massai
Ruca Basotho
Matias Zulu
Ribeiro Mursi
Rothes Axanti
Martins Yoruba
Tozé Banto
Teixeira Maconde
Cervan Muchicongo
segunda-feira, 7 de junho de 2010
O mundial a baixa definição

Embarquei para mais uma "cruzada" por terras de África. 21h30min, "doca" 42, Aeroporto da Portela. O embarque já não se processa na doca de Belém, mas passados 500 anos a separação de classes ainda se mantem: Nobreza para avante da nau e povo (como sempre) para ré. A caminho da "doca de embarque" 42, um estivador que controlava a bagagem perguntou-me quanto custava o "aparelho evangelizador" que eu transportava (vulgo câmara de filmar)!!! Envergonhado tentei desencorajá-lo de tal curiosidade dizendo que a pena com que Luis Vaz de Camões relatou feitos "mui heróicos", valia muito mais do que o aparelho pré-histórico que tinha a tiracolo. Deixei para traz um rosto forrado de espanto e segui com a minha bagagem cheia de preocupação...Será que conseguiria cumprir a missão que me tinha sido confiada???
Em terra deixava uma vasta campanha publicitária:
Veja o mundial na RTP!
O mundial é na SIC!
Mundial Fifa 2010 em Alta definição é na Sportv!!!
Em directo e em Alta definição!!!
Etc, Etc.
Chegada a hora de nobre embarque lá fomos todos para o Venceslau de Morais, mas atenção... para ré!!
Passados 30min chegava mui esperada nobreza. Todos se precipitaram para bombordo tentando ver o que podiam. Hiphones, Mobilphones, wahteverphones ,todos tentavam colocar os seus micro gadgets por baixo do sovaco do colega da frente para registar tudo do melhor ângulo. Por momentos julguei estar a registar o acontecimento errado!!!
Tudo em directo!!!
Tudo em baixa definição!
No meio de tal barafunda a minha pré-historica SX lá cumpriu a sua missão.
Mais "leve" , arrumei a máquina, sentei-me no meu lugar no convés e concluí:
Passaram 500 anos das cruzadas por terras de África mas os processos de "evangelização" continuam bem defenidos: em alta defenição ou em baixa não interessa, o importante é "evangelizar" e levar a "cruzada " até ao fim.

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